sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Começa hoje: Desert Trip, O 'Festival do Século'!

Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, 
Neil Young, Roger Waters e The Who são as 
atrações do Desert Trip, na Califórnia.

Começa nesta sexta-feira o Desert Trip, o 'Festival do Século':

Começa hoje sexta (7) o Desert Trip Festival, 
provavelmente a maior reunião de astros do 
rock desde os festivais de Woodstock e 
Monterey Pop, na cidade de Indio, Califórnia, 
a 204 km de Los Angeles (na região do deserto 
do Colorado, mesmo local do Coachella Valley 
Music Festival, e dos mesmos realizadores). 
Começa também a maior gangorra de números 
colossais de todos os tempos. Nesta sexta-feira 
tocam Rolling Stones e Bob Dylan, sábado 
tocam Paul McCartney e Neil Young, domingo 
tem Roger Waters e The Who.

Tal excentricidade movimenta a cifra de US$ 
160 milhões, o dobro do que foi o Coachella 
Festival de 2015, até então o maior 
faturamento da História. Juntas, as seis 
atrações dessa jornada, cuja idade média é 
de 72 anos, venderam 439 milhões de discos 
em carreiras que, somadas, dão 328 anos. 
Lançaram 172 álbuns originais,  faturam 
US$ 18 milhões (juntos) a cada concerto.

Cerca de 70 mil pessoas por dia estarão 
no Empire Polo Club para assistir aos ídolos, 
algumas delas pagando até US$ 1,6 mil por 
um pacote (cerca de R$ 5,4 mil). Outras 
pagarão US$ 500 adicionais (R$ 1,7 mil) 
para assistir ao mesmo tempo a uma aula 
de culinária com chefs de cozinha renomados, 
US$ 600 (R$ 2 mil) por um passe de limusine 
e US$ 900 (R$ 3 mil) por um lugar no camping. 
Aulas de ioga e pilates estão entre os luxos 
dessa versão milionária de Woodstock.

Apesar dos preços, o primeiro final de 
semana do festival teve seus ingressos 
esgotados em apenas 3 horas. Consta que 
o Led Zeppelin recusou um cachê de US$ 
15 milhões para se juntar ao elenco desse 
final de semana. A longevidade dos astros 
envolvidos valeu ao festival o apelido de 
OldChella, o Coachella dos velhos. 
Os Stones, para ratificar o seu desprezo 
para com esses clichês da obsolescência 
etária, chegou de ônibus ontem a Índio com 
seu quarteto impassível e um disco novo 
na bagagem, Blue and Lonesome, que será 
lançado em dezembro (seu último disco, 
A Bigger Bang, fora lançado em 2005).

Na plateia, segundo o organizador,  Paul 
Tollett, da empresa Goldenvoice, haverá 
tanto gente de 20 anos, que comprou a 
grande massa dos ingressos, quanto de 
90 anos, que comprou uma boa parte 
que espera há 50 anos uma reunião 
desse tipo. "É provavelmente o primeiro 
show no qual o número de pessoas 
trazendo seus filhos é igual ao número 
que está trazendo seus pais", disse Tollett.

Não se pode dizer que são astros 
acomodados esses que baixaram na 
Califórnia neste final de semana. Bob 
Dylan, não contente com o lançamento 
de um disco, lançou logo dois este ano, 
dois álbuns no qual reinterpreta standards 
dos anos 1940 1950. Neil Young está 
promovendo seu álbum de protesto contra 
a ação da empresa Monsanto. Paul 
McCartney vem de uma colaboração com 
Kanye West e Rihanna. Roger Waters vem 
da megaturnê de revisitação do espetáculo 
The Wall, e diz que vai se aposentar após 
essa nova série de shows. último trabalho 
inédito do The Who foi o disco Endless Wire, 
de 2006.

Há pouca possibilidade de que a escalação 
desse festival tenha condições de se repetir 
no futuro. É uma rara confluência de 
desígnios (e cachês) - festivais beneficentes, 
como o Live Aid e o Live 8, chegaram a algo 
parecido, mas os astros subverteram 
agendas por motivos humanitários. 
Paul Tollett disse que vai repetir o evento 
no ano que vem, mas o time a ser colocado 
em cena não tem a menor chance de ser 
equivalente ao deste final de semana.

As seis atrações juntas compõem 
um raro painel da antiga "monocultura" 
do rock, como descreveu o jornal Los 
Angeles Times. Waters e a ambição 
progressiva, Stones e o rock emprenhado 
pelo blues, McCartney com o testemunho 
vivo da beatlemania, Dylan como o mutante 
inalcançável do folk, Neil Young como o 
motivador das rebeliões sonoras, The Who 
como a força incandescente dos mods. 
Por isso, alguns já o chamam de 
"o festival do século".

Fonte: http://musica.uol.com.br/noticias

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