quinta-feira, 25 de julho de 2013

O São João no Céu fica mais completo... Morre Dominguinhos...

...O "Rei da Sanfona".

O genial músico pernambucano Dominguinhos, o "Rei da Sanfona", morreu às 18h desta terça-feira, aos 72 anos, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Um dos maiores gênios de todos os tempos da música popular brasileira, o músico tocou e gravou com os maiores nomes da música brasileira popular e instrumental, além de compor e gravar sucessos como "De Volta pro Aconchego" e "Eu Só Quero um Xodó" durante uma carreira de mais de cinco décadas.
Nascido em Garanhuns - PE no dia 12 de fevereiro de 1941, José Domingos de Moraes começou a carreira ainda na infância, tocando sanfona de oito baixos no grupo Os Três Pinguins, que formou com dois irmãos.
Na adolescência, mudou para o Rio de Janeiro e procurou Luiz Gonzaga, o rei do baião, que lhe dera seu endereço anos antes. Dominguinhos, na época apelidado de Neném do Acordeon, tornou-se herdeiro musical de Gonzaga, morto em 1989.
Veja abaixo Dominguinhos no programa "Ensaio", da TV Cultura:

Em entrevista ao iG, publicada em 2011, Dominguinhos falou sobre a relação com o mestre: "Conheci Gonzaga até sem saber quem era. Eu tinha oito anos, não sabia quem era artista nenhum. Eu e meus irmãos tocávamos na porta do hotel em que ele ficou. Eu tocava pandeiro. Botaram a gente pra tocar lá pro homem. Ele nos deu o endereço dele no Rio, nos deu dinheiro. Passados alguns anos, meu pai um dia se cansou de Garanhuns, pegamos um caminhão pau-de-arara, 11 dias de viagem, e fomos bater em Nilópolis (RJ). Aí eu tinha 13 anos. Ficamos em Nilópolis a vida toda, ali casei e tive família. Gonzaga deu uma sanfona para meu pai na mesma hora em que chegamos. Pronto, ficou nosso amigo e me protegendo".
Sucessos
Em 1964 Dominguinhos lançou o primeiro de cerca de 30 álbuns, "Fim de Festa". Onze anos depois gravou "Eu Só Quero um Xodó", que ganhou versões em diversas línguas. Durante a carreira, fez parcerias com músicos como Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Elba Ramalho, intérprete de "De Volta pro Aconhego". Outros sucessos incluem "Isso Aqui tá Bom Demais", "Tenho Sede", "Lamento Sertanejo" e "Tantas Palavras". 
Entre os prêmios que recebeu está o Grammy Latino de melhor álbum regional, em 2002, por "Chegando de Mansinho". Em 2010, foi homenageado pelo Prêmio Shell de Música e se apresentou em um show no Rio de Janeiro com convidados como Elba, Gil e Marcelo Mimoso.

Também participou do documentário "O Milagre de Santa Luzia" , de Sergio Roizenblit, no qual conduziu uma viagem pelo Brasil que toca sanfona. Em 2011, quando o filme foi lançado em DVD, Dominguinhos comemorou a "redescoberta" do instrumento.
"Nunca se vendeu tanta sanfona, e é um instrumento caro", disse, ao iG . Ele lamentou o fato de o Brasil não valorizá-la o suficiente, mas se mostrou otimista. "Mas estão descobrindo no Brasil também."


Nota da Music'all

Dominguinhos chegou, sem dúvida, num patamar de musicalidade que ninguém chegou e será muito difícil alguém chegar, em seu instrumento. Poucos conhecem sua verdadeira obra, sua composições instrumentais que deixam qualquer músico que tenha desde um breve conhecimento musical global, de alma extasiada e repleta de música.

Mesmo sempre reverenciando Luis Gonzaga como "Mestre", ele foi muito além em conhecimento de harmonias e melodias de outros mundos musicais que o capacitava participar e brilhar em qualquer festival instrumental de qualquer estilo, sem qualquer barreira para sua genial e complexa criatividade rítmica, harmônica e melódica no seu instrumento.

Dominguinhos, antes de tudo foi um Músico Instrumental Genial e Único, e depois um cantor e compositor popular de muita criatividade. Suas composições têm a alma cabocla sertaneja, ao mesmo tempo que um requinte de sonoridade da mais alta categoria instrumental, inconfundível e único.

Enfim, mais um grande mestre se foi, e a nós só resta aproveitar o presente que ele deixou para nossos ouvidos. Ele será eterno, para quem conheceu sua obra de perto. Salve! Dominguinhos!!!

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